Entre amigos e suspeitos: A Última Festa - Lucy Foley
- Camila Sticca
- 8 de mai.
- 1 min de leitura
Atualizado: 21 de mai.

Comecei a ler logo após terminar O Apartamento em Paris, mas a quantidade de personagens e o fato da narração múltipla — ainda mais confusa que no livro anterior — me fizeram demorar bastante para engatar na leitura. Precisei até intercalar com Carrie, e só fui pegar ritmo de verdade depois de uns 20% da leitura.
Desde o início sabemos que há uma morte — o mistério é descobrir quem é o assassino e quem é a vítima, o que é mantido em segredo até o desfecho final. Essa escolha funciona muito bem, pois mantém o suspense e nos leva a criar diversas teorias, não apenas sobre os envolvidos, mas também sobre os motivos que levaram ao crime.
Além do mistério, o que mais me chamou a atenção foi a abordagem sobre como certas amizades só fazem sentido em períodos específicos da nossa vida. Não sei se foi intencional, mas essa camada trouxe bastante reflexão e ajudou a construir o clima do livro. O grupo de amigos, apesar do entusiasmo com a viagem, claramente apenas se tolera. Já adultos e com vidas diferentes, aquela amizade não se sustenta mais.
Ainda que esteja longe de se tornar um dos meus livros favoritos, um ponto super positivo é que foi o primeiro suspense, em muito tempo, que não tenta enganar o leitor. Acertei tanto a identidade do culpado quanto a da vítima. Isso quer dizer que a trama é previsível? De forma alguma. Nem todo final precisa surpreender para funcionar. Muitas vezes, uma reviravolta coerente tem mais impacto do que um plot gratuito, criado apenas para não ser previsível.
⭐⭐⭐
Bom texto!
Parabéns!