Em maio, após quase três anos na mesma empresa, decidi me dar um tempo. Achei uma boa ideia procurar um livro que refletisse meu desejo de pausa e introspecção. Foi assim que cheguei a ‘Meu Ano de Descanso e Relaxamento’, esperando uma narrativa leve sobre autodescoberta — algo na linha de ‘Comer, Rezar e Amar’, embora não tenha nem assistido ao filme. Porém, o que encontrei foi uma história completamente diferente: uma jovem decidida a hibernar por um ano inteiro.
O livro é narrado por uma jovem de 27 anos, cujo nome nunca é revelado. Ela é bonita, loira, mora em Nova York. Sua vida é marcada por relações problemáticas: uma amizade tóxica com Reva, um romance com um homem mais velho que trabalha nas Torres Gêmeas, e uma psiquiatra irresponsável que lhe prescreve remédios para dormir sem critério. O cenário é Nova York, nos anos 2000, e todos os personagens parecem carregados de desdém e superficialidade.
Vi algumas resenhas que apontam a falta de profundidade na abordagem da depressão e nas motivações da protagonista para o ‘ano sabático’, e, embora eu concorde que isso poderia ter sido aprofundado na história, não posso deixar de pensar que a intenção da autora talvez fosse justamente essa superficialidade — refletindo a própria futilidade e desinteresse da protagonista, que por sinal, é muito chata, o que, curiosamente, me fez sentir uma certa conexão, afinal, todos temos nossas chatice.
Confesso que não foi uma história que amei, embora tenha me surpreendido pelo rumo inesperado — talvez pela minha expectativa pelo oposto. É o tipo de livro que oferece novas percepções em momentos diferentes de vida, apesar de ser denso e, em alguns momentos, pouco estimulante, ainda assim provocou algumas reflexões interessantes.
Autora: Ottessa Moshfegh
Nota: 3/5
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